sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Crianças....simplesmente crianças


Interessante a reflexão de FJS sobre a infância. Até que ponto permitimos aos nossos filhos serem crianças e o que significa hoje esse estatuto. Caindo num lugar comum, no nosso tempo era bem diferente. Sabemos que sim. A natureza das opções de socialização eram outras. A «Rua» não competia com outras grandes formas de entertenimento ou socialização. Estavamos mais virados para fora. Para o outro. Os professores, e reporto-me ao ensino básico, eram os professores. Autoridade genuína e incontestável. Os castigos eram castigos e ensinavam. Mesmo que pedagógicamente contestáveis. E a verdade era que muitos colegas meus passavam mais tempo com o professor na escola que em casa com os pais. «Il Maestro» era um educador. Por vezes severo, outras mais brando, mas ensinava não só letras e números, como atitudes e comportamentos. E os meus pais sabiam bem a quem eu estava entregue.
Sem querer fazer a apologia daquele regime, vejo que hoje o acento tónico da educação deslocou-se da escola para algum outro lado. Razões há para que sociologicamente isso tenha acontecido. E difícil é perceber exactamente para onde. Sou então levado a concordar inteiramente com FJV quando proclama metafóricamente a necessidade de certos pais possuirem uma «licença de uso & porte de criança»...Alguns pais viram recair neles (ou assim pensaram) a responsabilidade total sobre a educação das suas crianças e não estando preparados para isso caem numa atitude de indulgência parental... vendo nos seus filhos pequenos adultos, que se devem «safar» como puderem.

Tenho para mim que em grande parte desses casos há um profundo problema de desenraizamento social, económico e cultural. São necessárias algumas gerações para solidificar uma educação, espartanismos à parte, claro!

6 comentários:

sofialisboa disse...

numa atitude muito egoista, cada um que cuide dos seus...mas que doi ver crianças com pais ao abandono doi... sofialisboa

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
sofialisboa disse...

olá super pai, então essas férias? já viste este engraçadinho que deixa as mesmas mensagens por todo o lado...há gentinha mesmo bjs sofia

Silver Surfer disse...

Sofia:

Ainda bem que me dizes porque não fazia a mínima ideia...e já estva quase a partir para o insulto :-)

sofialisboa disse...

olá super pai não és boa pessoa, eu aqui da minha janela gigante a ver os barcos fabulosos a chegar e a pensar em qual vais partir e tu a deixar mensagens no meu blog...vai de férias e descansa e volta cheio de força :))) sofialisboa

Maísa disse...

A minha alma está parva e o meu coração está triste.
Os seus textos, feriram-me no mais intimo do meu ser.
Como é possivel que tudo isto esteja a acontecer?
Falta de civismo, respeito, diálogo e compreensão.
Existiu uma separação conjugal mas não deveria existir a separação paternal.
Um filho necessita de pai e mãe. E depois é por isso que nos chegam às mãos crianças com problemas psicológicos, de comportamento, assim como também de aprendizagem, crianças essas que foram privadas de amor.
E quando olhamos para elas o nosso sentimento é de profunda impotência, porque por mais amor que lhe transmitamos os seus olhinhos não têm o brilho de felicidade que deveriam ter.
As crianças apercebem-se de tudo e todas as oscilações sentimentais se reflectem quer a curto, médio ou longo prazo, nas suas vivências.
Desconheço o motivo da sua separação mas sinto uma enorme raiva por não separarem o "trigo do joio", é que no meio deste "trigo" e deste "joio" se encontra uma criança que necessita do amor de ambos os progenitores.
Que tudo lhe corra bem, que levem o barco a bom porto, pelo vosso bem mas essencialmente pelo bem do vosso filho.
Não sou psiquiatra, mas conheço a realidade e convivo quase diariamente com ela. Sou Educadora de Infância.
Beijinho